Documento do Mês de Junho – Edição Especial do Dia Internacional dos Arquivos
2021 - Documento do Mês de Junho – Edição Especial do Dia Internacional dos Arquivos

Em comemoração ao Dia Internacional dos Arquivos, a Fundação da Casa de Mateus apresenta, como Documento do mês de Junho, o Resumo de D. Luís António de documentos importantes para história da Família e da Administração da Casa de Mateus.

A preservação dos documentos do Arquivo da Fundação da Casa de Mateus durante a sexta geração obedeceu o rigor necessário para que durante a documentação permanecesse em conformidade com a sua ordem original.

Para estabelecer esta organização, D. Luís António de Sousa Botelho Mourão e a sua mulher D. Leonor Ana Luísa José de Portugal, da sexta secção (1747-1806) do Sistema de Informação da Casa de Mateus (SICM), mandaram que se fizesse o índice das gavetas com o objetivo de “identificar” e manter organizada toda a documentação acondicionada nas gavetas da Casa.

D. Luís António e D. Leonor Portugal foram quartos Morgados da Casa de Mateus, administradores da Capela de Nossa Senhora dos Prazeres, cabeça do Morgadio, e da Capela de Nossa Senhora da Esperança, na Cumieira, assim como de vários prazos enfitêuticos, dos bens da Casa de Sabrosa e dos de Vila Pouca, Lago Bom e Bornes. Foram ainda administradores dos Morgadios de Moroleiros e dos Queirós em Amarante e de outros bens, vínculos e privilégios que herdaram do avô D. Luís António de Sousa e de sua mulher D. Bárbara Mascarenhas.

A todos esses bens acrescentaram por demandas outros, como foi o caso do Morgadio de Arroios, de seus primos Álvares Coelho de Faria e o de Fontelas, da família Mendes de Vasconcelos, cuja falta de sucessão justificou reivindicação levada a cabo por D. Luís António de Sousa Botelho Mourão e seu filho, sendo o apelido Vasconcelos desde então usado por seus descendentes.

D. Luís António de Sousa Botelho Mourão, além dos dois grandes vínculos feitos em 1752 e 1754, fez vínculo dos bens e propriedades reduzindo a um só todos os bens da Casa. Não só segurou seus bens e propriedades, com as renovações e vinculações referidas, como iniciou a organização dos seus documentos, encontrando-se muitas capilhas manuscritas pelo próprio. Os documentos reflectem o rigor com que D. Luís António de Sousa Botelho Mourão e sua mulher conduziam os negócios da Casa, tendo sido a sua organização continuada por seu filho D. José Maria do Carmo de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos. Este escreveu mais tarde que sua mãe, na ausência do pai que estava no Brasil, (…) teve aqui hum homem para o archivo que principiou a ordenar (…).

A administração de todas estas propriedades e o estabelecimento da ordem na organização de todos estes papéis é desde logo reflectida na documentação que foi arrumada à moda da época nas gavetas de Mateus e de que constituem um núcleo original e extenso, título de posse e prova dos bens da Casa de Mateus.

D. Luís António esteve no Brasil como Governador da Capitania de São Paulo entre os anos de 1765 e 1775 e em seu regresso para Mateus trouxe muitos documentos produzidos nesta década. Enquanto isso, D. Leonor Portugal geria a Casa e produzia tantos outros documentos.

Na documentação produzida por ambos estão guardadas as memórias de tantas pessoas, sejam de Portugal, sejam do Brasil. Estão guardados momentos e sentimentos expostos, muitas vezes, na correspondência trocada entre o casal. São memórias que, como disse um dia D. Leonor Portugal, nem o tempo e nem a distância podem apagar.

A administração de D. Leonor, enquanto seu marido esteve no Brasil, foi, segundo seu filho D. José Maria do Carmo, (…) a melhor administração que teve a Casa. Extinguiu ela todas as dívidas que meu pai deixara, que montavam a 30$ cruzados, e com o seu juízo viu que valia mais aumentar as fazendas existentes do que comprar novas deixando tudo por cultivar (…). A Capela acabada, já a pôs no maior asseio e culto; reformou e mobilou as casas, conseguiu juiz privativo para o tombo dela (…).

Em 1772, quando saiu a Lei das confirmações dos Morgados, pediu que lhe enviassem para Lisboa as instituições da Casa para serem confirmadas. Tendo a bolsa que continha os títulos sido roubada viu-se obrigada a obter confirmações de todos os bens pertencentes a Casa de Mateus. Deste modo veio a ser esta calamidade a origem de um grande bem. Nas cartas que escrevia a seu marido, D. Leonor dava conta de todas as suas acções relativamente à administração da Casa.

 

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[Resumo] (Livro) de D. Luís António de Documentos importantes para a história da Família e administração da Casa de Mateus, p. 45 a 58

14 fls.

[1752-1798]

SICM / SC 06.01 / GE 1858.14

 

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