O Conselho Coordenador da SEDES manifesta o seu profundo pesar pela morte do Dr. Francisco Pinto Balsemão, fundador do Expresso, da SIC e também primeiro-ministro no início dos anos 80 e fundador, com Sá Carneiro, do PPD, atualmente PSD.

Francisco Balsemão foi um intransigente defensor da liberdade, nomeadamente da liberdade de Imprensa, e do pluralismo político. Considerando-se um social-democrata, a ele se deve, como líder do PSD e primeiro-ministro, conjuntamente com o então secretário-geral do PS Mário Soares, a revisão da Constituição de 1982, pela qual terminou a tutela militar do Conselho da Revolução e se criou o Tribunal Constitucional, assim como o Conselho do Estado, a que, aliás, pertencia.

A libertação da sociedade civil de quaisquer tutelas e amarras foi, aliás, uma luta de toda a sua vida.

No plano da Comunicação social, foi o autor de uma lei de liberdade de Imprensa, ainda antes do 25 de Abril, quando junto com Sá Carneiro, Mota Amaral, Miller Guerra e Pinto Leite, entre outros, integrou a chamada ‘ala liberal’, durante a abertura marcelista, época em que foi fundada a SEDES. Já após o 25 de Abril, as suas ideias sobre a liberdade de Imprensa tiveram vencimento no parlamento democrático, de que foi membro destacado e vice-presidente da mesa. Também o semanário Expresso, fundado em janeiro de 1973, foi uma lufada de ar fresco e nele colaboraram diversos fundadores da SEDES, como João Salgueiro, Rui Vilar e muitos outros lutadores pela democracia, diálogo e moderação política, de que Balsemão foi também exemplo.

A SEDES, que se orgulha de ter contribuído para a liberdade e democracia em Portugal, não podia deixar de reconhecer no Dr. Balsemão os valores que connosco sempre partilhou.