Ao fim do dia 14, como um aperitivo para dois dias intensos de trabalho, iniciámos o programa no Claustro dos Paços do Concelho, com a inauguração da exposição Lugar Comum com curadoria pelos arquitetos Joaquim Moreno e Ivo Poças Martins, a que se seguiu a segunda conferência/debate do ciclo Cidade e Cultura, organizado em conjunto com o Município de Vila Real, na qual o geógrafo Álvaro Domingues nos introduziu, em Paisagem, entre o urbano e o rural aos universos quase infinitos que podemos extrair do conceito de paisagem. Se a exposição cartografa a paisagem, produzindo uma série de ensaios sobre as múltiplas escalas de relação entre o território físico da Casa de Mateus, a Cidade e a Região, já a conferência/debate interroga a paisagem em si, os modos como se conforma a partir dos nossos desejos e aspirações, da forma como organizamos as nossas vidas, mas também aos modos que tem de nos invadir e se apropriar de nós.

No dia 15, ao longo da manhã, António M. Cunha, Presidente do Digital Transformation Co-Lab, da Universidade do Minho, partilhou connosco, em Tecnologia: Impactos E Perspectivas, uma abordagem conceptual dos principais domínios tecnológicos associados à transição digital, bem como uma discussão sobre os seus impactos sociais e as questões éticas que levanta, nomeadamente os associados à generalização da robotização, às novas formas de inteligência artificial e ao esvaziamento de fronteiras entre o físico e o virtual, bem como entre o humano e o tecnológico.

À tarde, Fernando de la Rosa, fundador da Foxize School, dirigiu a oficina prática Negócios: Novas Ferramentas, clarificando conceitos e identificando as oportunidades geradas pela transição digital. Num contexto participativo, discutiram-se os seus impactos nos negócios, no marketing e na comunicação, com destaque para as oportunidades de negócio e de transformação das práticas de gestão.

No dia 16 de manhã, Jonathan Minchin, do Instituto de Arquitetura Avançada da Catalunha., conduziu-nos pelos caminhos da transição ecológica em Ecologia: a Procura da Sustentabilidade, numa sessão que cruzou a reflexão mais profunda sobre a linguagem e sobre a percepção que desenvolvemos do nosso contexto ambiental com a demonstração prática de ferramentas e escolhas tecnológicas criadas para incrementar um modo sustentável de relação ecológica.

O seminário inscreveu-se no projeto Lugar Comum, instância de formação e investigação que parte do universo da Casa de Mateus para interpelar as novas formas de gestão dos patrimónios materiais e imateriais, mas também do património natural e do seu valor matricial, ou ainda da ação cultural implicada num território e numa comunidade alargada.

Teve início em Julho de 2019, com o Seminário O Futuro do Passado, ao longo do qual procurámos identificar e desenhar perspetivas para as áreas de ação, os fluxos relacionais e o capital simbólico da Fundação. Prolongar-se-á até ao primeiro trimestre de 2021, com um plano de formação/ação aberto à equipa da Fundação e a toda a comunidade e com um conjunto de iniciativas transversais, entre novos seminários, ciclos de conferências, exposições e publicações.