Coincidindo com a construção da nova Casa, António José Botelho Mourão, o 3º Morgado de Mateus, pede licença para erguer uma nova Capela, com o fundamento da «maior honra e glória de Deus» e da existência de numerosas relíquias que não tinham lugar condigno na capela existente. Virá a ser desenhada pelo Mestre José Álvares do Rego, que mantém no exterior a opulência de inspiração nasoniana, mas lhe contrapõe um maior despojamento no interior, contendo o movimento das peças barrocas com um enquadramento de feição mais neo-clássica. Dedicada à Nossa Senhora dos Prazeres, foi sempre o palco de uma relação profunda com a comunidade.

275 anos depois da sua conclusão, convidamos um conjunto de estudiosos, apaixonados pelo período barroco e pela história desta Casa, para abordarmos dimensões diferentes do seu legado. A Prof. Aurora Rego, do Centro de Investigação Transdisciplinar 'Cultura, Espaço e Memória', da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, fala-nos dos mestres canteiros e da sua relação com a construção da capela. Álvaro Pinto, Mestre em História Medieval e do Renascimento e investigador no Arquivo da Casa de Mateus, desvenda-nos a história da relíquia de São Marcos Mártir. Já Ricardo Bernardes, musicólogo e músico de excelência, maestro da Orquestra Barroca de Mateus e Diretor Artístico dos Encontros Internacionais e Música da Casa de Mateus, evoca a música como personagem sempre presente na história da Capela, corporizada no Órgão positivo aí instalado desde a sua inauguração e dá-nos a ouvir os sons deste instrumento instalado no Coro Alto.