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Manuel Casimiro, pintor, escultor, fotógrafo, designer, cineasta, é um dos mais celebrados artistas visuais portugueses. Em Maio, a Fundação da Casa de Mateus acolhe um programa extenso em torno da sua obra, com a inauguração da instalação Jardim Pintado, obra que ficará a residir no Parque da Casa de Mateus, da exposição Montanhas Inexistentes, composta por pinturas inéditas, e com a realização de uma mesa-redonda com especialistas de diferentes proveniências, que celebra e esclarece a sua obra.
Jardim Pintado, projeto de 1992, foi materializado e exposto pela primeira vez em 1996 no Museu Nacional de Arte Contemporânea, a que seguiu uma segunda instalação na Fundação de Serralves em 1997. É agora instalado no Parque da Casa de Mateus, numa leira contígua ao chamado Jardim das Coroas, onde ficará ao longo dos próximos anos, estabelecendo um diálogo frutuoso com os jardins ornamentais de inspiração neo-barroca. Nas palavras de António Cerveira Pinto, não se trata, ‘na verdade, da apropriação de um jardim zen, mas antes da translação de um índice fundamental da cultura japonesa para o universo mental e artístico da Europa Ocidental numa era em que os modernismos e as vanguardas envergonhadas desde Hiroshima foram dando lugar a um misto de ironia e melancolia a que se convencionou chamar condição pós-moderna’.
Em paralelo, inauguramos também a exposição ‘Montanhas Inexistentes’, coleção de pinturas inéditas de Manuel Casimiro, que ficará patente até ao dia 25 de julho na Frasqueira, espaço de exposições temporárias da Fundação da Casa de Mateus.
“Escalar uma montanha ajuda-nos a perceber que também fazemos parte da Natureza, a compreender o valor intrínseco de todos os elementos do mundo em que vivemos, e a pretender a imergência daquilo que Nietzsche designou de ir para além do homem. Na nossa linguagem corrente, associamos também o topo, o cimo da montanha, o seu ponto mais alto, o cume, como uma referência à elevação do comportamento humano. […]
Nestas minhas pinturas de paisagens, e não só nestas, a repetição evidencia a diferença, e uma coalescência onde o presente se associa ao passado e ao futuro, no sentido lyotardiano do seu entendimento pós-moderno. Como noutras situações do meu já longo percurso, em todo ele, transpira uma provocação e desafio ao pensamento de cada um, no confrontar de postulados como sendo definitivos. Aqui o espaço/tempo adequa-se um ao outro. Conserva-se a memória do passado no presente que passa, é já futuro. É um plano fixo, mas que conduz ao movimento quando se reinventa no campo próprio do ato de pensar, de pintar. "
Manuel Casimiro
Para um jardim de Manuel Casimiro, texto de António Cerveira Pinto.
12:30
INAUGURAÇÃO DA INSTALAÇÃO
JARDIM PINTADO
INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO
MONTANHAS INEXISTENTES
15:00
MESA-REDONDA
O JARDIM PINTADO E AS PINTURAS
QUE JEAN-FRANÇOIS LYOTARD NÃO VIU
COM JONATHAN DRONSFIELD, ANTÓNIO CERVEIRA PINTO E SERGIO CASAS
For more information, contact us through the following e-mail: cultura@casademateus.pt
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