O JARDIM PINTADO E AS PINTURAS QUE JEAN-FRANÇOIS LYOTARD NÃO VIU

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Mesa Redonda
O JARDIM PINTADO E AS PINTURAS QUE JEAN-FRANÇOIS LYOTARD NÃO VIU
25 de maio | 15:00

A propósito da inauguração da instalação no Parque da Casa de Mateus de Jardim Pintado, inspirado na tradição dos jardins zen, e da exposição inédita Montanhas Inexistentes, de Manuel Casimiro, a Fundação da Casa de Mateus organiza uma mesa redonda com a presença de Jonathan Dronsfield, filósofo com um olhar muito particular sobre a arte contemporânea, António Cerveira Pinto, artista, escritor e curador, e Sergio Casas, investigador do Departamento de História da Arte da Universidade de Santiago de Compostela.

"O fio condutor de praticamente todas as obras que Manuel Casimiro vem criando desde 1969 é uma espécie de mistério irónico, de cunho pós-estruturalista, a que o próprio autor chama, por comodidade de linguagem, ‘ovóides’.

A estranheza destas formas ovaladas, na sua maioria negras, mas por vezes também azuis, amarelas, vermelhas e, mais recentemente, douradas, foi motivo de reflexão de, pelo menos, quarenta escritores, entre filósofos, historiadores, críticos de arte e romancistas europeus, de onde destaco nomes como os de Agustina Bessa-Luís, José Régio, Eduardo Lourenço, José Augusto França, Bernardo Pinto de Almeida, Paulo Cunha e Silva, Jean-François Lyotard, Pierre Restany, Jean-Hubert Martin, Michel Butor, Vincent Descombes, Christine Buci-Glucksman, René Prédal, Giulio Giorello, José Luis Molinuevo e Jonathan Lahey Dronsfield.

Se alguma metáfora fosse capaz de sintetizar a obra do mais genuíno artista pós-moderno português, esta seria porventura um voo de águia a várias altitudes e velocidades sobre a própria criação artística oferecida democraticamente às massas por meio do que Walter Benjamin chamou a ‘arte na era da sua reprodutibilidade técnica’.

Há, porém, um paradoxo delicioso, talvez muito anti-benjaminiano, na obra de Manuel Casimiro. Servindo-me de uma inspirada categoria antropológica de Alfred Gell, diria que o ‘index’ que assinala a presença de uma obra de Manuel Casimiro, o ovóide a que os que escreveram sobre o dito ‘index’ atribuíram mais de sessenta sinónimos, pela sua sublime presença, faz renascer, por assim dizer, a ‘obra única’, numa espécie de ubiquidade sensível que dá a ver a obra e o autor intervencionados e o autor que intervenciona fazendo nascer uma obra nova. Este desafio à anunciada destruição industrial da aura prolonga, embora num outro universo de referências, o resgate iniciado por Andy Warhol. Dos escombros nominalistas da anti-arte continua a devir, após todas as sentenças de morte, arte."

António Cerveira Pinto

Casa de Mateus

12:30

INAUGURAÇÃO DA INSTALAÇÃO

JARDIM PINTADO

INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO

MONTANHAS INEXISTENTES


15:00

MESA-REDONDA 

O JARDIM PINTADO E AS PINTURAS 

QUE JEAN-FRANÇOIS LYOTARD NÃO VIU

COM JONATHAN DRONSFIELD, ANTÓNIO CERVEIRA PINTO E SERGIO CASAS

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